O que são morfemas? E quais tipos existem?
By Piter Keo
Key Concepts
- Morfema: Menor unidade com significado em uma língua.
- Morfema Livre: Morfema que pode formar uma palavra sozinho (ex: jabuti).
- Morfema Preso: Morfema que precisa estar ligado a outro para formar uma palavra (ex: -s de plural).
- Morfema Lexical (Raiz): Morfema que possui valor lexical, designando coisas ou conceitos (ex: jabuti em jabutizinho).
- Morfema Derivacional (Afixo): Morfema que modifica o valor semântico e/ou a classe gramatical de uma palavra (ex: des- em desfazer, -mente em felizmente).
- Morfema Flexional (Desinência): Morfema que indica a flexão de uma palavra (número, gênero, tempo, modo, pessoa, aspecto) (ex: -a em amigas, -r em fazer).
- Morfema Funcional: Morfema com função gramatical que indica relações entre palavras (preposições, conjunções, artigos, pronomes).
- Morfema Classificatório (Temático): Morfema que determina paradigmas de flexão, comum em línguas indo-europeias (ex: vogal temática em verbos).
- Alomorfe: Variação de um morfema que não altera seu significado (mencionado brevemente, com referência a outro vídeo).
Tipos de Morfemas
Morfemas Lexicais (Raízes)
- São os morfemas que carregam o significado principal da palavra, o valor lexical.
- Exemplos:
- "jabuti" em "jabutizinho"
- Em português, podem ser livres (motor, feliz, café) ou presos (orta, dorm, sort).
- Em inglês, as raízes tendem a ser livres (correspondentes às palavras portuguesas mencionadas).
- Raízes costumam passar o conceito básico de uma palavra, a ideia sobre a qual a palavra é construída.
Morfemas Derivacionais (Afixos)
- Modificam o valor semântico e/ou a classe gramatical de uma palavra.
- Exemplos:
- "des-" em "desfazer" (altera o sentido para o oposto).
- "re-" em "refazer" (altera o valor semântico).
- "-mente" em "felizmente" (muda a classe gramatical de adjetivo para advérbio).
- "-in-" em "mesinha" (insere uma noção de pequenez).
- Tendência a serem morfemas presos.
Morfemas Flexionais (Desinências)
- Indicam a flexão de uma palavra (número, gênero, caso, tempo, modo, pessoa, aspecto).
- Exemplos:
- "-r" em "fazer" (indica infinitivo).
- "-a" em "amigas" (indica gênero feminino).
- "-s" em "amigas" (indica plural).
- Exemplo em Húngaro (língua aglutinante):
- "virág" (flor - nominativo singular)
- "virágok" (flores - plural, morfema "-ok")
- "virágnak" (para a flor - dativo singular, morfema "-nak")
- "virágoknak" (para as flores - dativo plural)
- Exemplo em Suaíli:
- "kuona" (ver - infinitivo, raiz "ona")
- "unaona" (tu dizes - "u" indica sujeito 2ª pessoa singular, "na" indica presente)
- "diosiona" (tu viste - "di" indica sujeito 2ª pessoa singular, "o" indica passado)
- "toronaona" (ele/ela os viu - "to" indica sujeito 3ª pessoa singular, "ona" indica objeto 3ª pessoa plural)
- Exemplo em Grego:
- "Lógos" (palavra - nominativo singular masculino, "-s" indica caso, número e gênero)
- "Lógou" (da palavra - genitivo singular masculino, "-ou" indica caso, número e gênero)
- Exemplo em Português:
- "Compro" (raiz "compr-", "-o" indica 1ª pessoa singular, presente do indicativo)
- "Compramos" (raiz "compr-", "-mos" indica 1ª pessoa plural, presente ou pretérito perfeito do indicativo)
- "Comprávamos" (raiz "compr-", "-va" indica pretérito imperfeito do indicativo, "-mos" indica 1ª pessoa plural)
- Em línguas fusionais (indo-europeias), um único morfema flexional pode indicar várias funções.
Morfemas Funcionais
- Morfemas com função gramatical que indicam relações entre palavras ou suas funções na frase.
- Incluem preposições, conjunções, artigos, pronomes.
- A diferença entre morfemas flexionais e funcionais é que os flexionais são presos e os funcionais são livres.
- Exemplo:
- Português: "Vamos para a casa" ("para" é morfema funcional livre)
- Turco: "Evime gidiyoruz" ("-e" em "evime" tem a mesma função de "para", mas é um morfema flexional preso)
- Inglês: "The wolf" ("the" é um artigo, morfema funcional livre)
- Norueguês: "Ulven" ("-en" tem a mesma função do artigo definido, mas é uma flexão da palavra)
- Alguns consideram que todos os morfemas que não são raízes são morfemas funcionais.
Morfemas Classificatórios (Temáticos)
- Função classificatória, determinam paradigmas de flexão.
- Característicos das línguas indo-europeias.
- Exemplo em Português (vogal temática nos verbos):
- "-a-" em "falar"
- "-e-" em "comer"
- "-i-" em "subir"
- A vogal temática não tem significado semântico ou derivacional, mas determina como o verbo será conjugado.
- A vogal temática pode sofrer alterações (alomorfes) devido a fenômenos de assimilação.
- Exemplo em Grego:
- "Lógos" (palavra - vogal temática "o")
- "Lógou" (da palavra - vogal temática "o")
- "Theá" (deusa - vogal temática "a")
- Em Latim, as cinco declinações são baseadas nas vogais temáticas.
- Em Português, a vogal temática é importante nos verbos, mas pouco relevante nos nomes.
- Alguns autores argumentam que o Português não possui vogal temática nominal.
Conclusão
O vídeo detalha os diferentes tipos de morfemas, as menores unidades de significado em uma língua, classificando-os em lexicais (raízes), derivacionais (afixos), flexionais (desinências), funcionais e classificatórios (temáticos). A explicação é enriquecida com exemplos de diversas línguas, como português, húngaro, suaíli, grego e latim, ilustrando como cada tipo de morfema contribui para a formação e flexão das palavras. A distinção entre morfemas livres e presos também é abordada, assim como a peculiaridade dos morfemas classificatórios em línguas indo-europeias. O vídeo fornece uma base sólida para a compreensão da morfologia e da estrutura das palavras em diferentes sistemas linguísticos.
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