Episódio 4 - Série Desigualdade de raça e gênero no mundo do trabalho
By mptrabalho
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Desigualdade de Raça e Gênero no Mundo do Trabalho: Análise e Impactos da Crise
Key Concepts:
- Desigualdade racial e de gênero
- Pobreza e renda domiciliar per capita
- Arranjos familiares chefiados por mulheres
- Impacto da pandemia de COVID-19 no mercado de trabalho
- Divisão sexual e racial do trabalho
- Empreendedorismo feminino
- Acúmulo de tarefas domésticas e de cuidado
- Setores da economia mais afetados pela crise
- Trabalho doméstico e informalidade
- Direitos trabalhistas
Desigualdade Racial e Pobreza
- Em 2018, 13,5% da população negra estava entre os 10% com menor renda domiciliar per capita, comparado a 5,5% da população branca.
- Apenas 5% dos negros estavam entre os 10% com maior renda domiciliar per capita, enquanto 16,4% da população branca se encontrava nessa faixa.
- A pobreza extrema, definida como renda domiciliar per capita inferior a US$5,50 por dia (aproximadamente R$30), afetava 32,9% da população negra em 2018, em comparação com 15,4% da população branca.
- Famílias chefiadas por mulheres sem companheiros e com filhos de até 14 anos são mais prevalentes nos estratos mais pobres, especialmente entre mulheres negras, onde 63% dessas famílias estão abaixo da linha da pobreza.
Impacto da Pandemia no Mercado de Trabalho
- A pandemia de COVID-19 exacerbou as desigualdades de gênero e raça no mercado de trabalho brasileiro.
- Sueli Carneiro, filósofa e ativista do feminismo negro, destaca que a pandemia atingiu de forma implacável populações já vulneráveis devido a condições de vida adversas e abandono social.
- Uma consulta participativa sobre as ações da sociedade civil no enfrentamento aos efeitos da pandemia revelou o protagonismo da sociedade civil nas intervenções imediatas.
- Estima-se que 8,5 milhões de mulheres deixaram o mercado de trabalho no terceiro trimestre de 2020.
- A participação das mulheres no mercado de trabalho atingiu 45,8% no terceiro trimestre de 2020, o nível mais baixo das últimas três décadas.
- Vilma Reis, socióloga, aponta para um profundo desequilíbrio na divisão sexual e racial do trabalho, com uma carga desproporcional sobre as mulheres, especialmente as negras nas periferias.
Empreendedorismo Feminino e a Crise
- 1,3 milhão de mulheres deixaram de ter um negócio próprio entre o terceiro trimestre de 2019 e o terceiro trimestre de 2020, segundo dados do SEBRAE.
- Pequenos negócios liderados por mulheres foram mais fortemente afetados, principalmente nos segmentos de moda, beleza, alimentação fora de casa e serviços de estética.
- Esses segmentos foram os mais impactados pela pandemia, resultando em dificuldades para as mulheres e suas famílias.
Acúmulo de Tarefas e Sobrecarga
- Uma pesquisa da Sempre Viva e da Gênero e Número mostrou que a pandemia abalou as estruturas em todas as casas de mulheres trabalhadoras.
- 41% das mulheres que continuaram trabalhando durante a crise sanitária afirmaram que o trabalho aumentou na quarentena.
- Para aquelas que tiveram a possibilidade de trabalhar de forma remota, as jornadas de trabalho se estenderam.
- Cerca de 50% das mulheres no Brasil passaram a cuidar de alguém na pandemia, percentual que chega a 62% na população feminina rural.
Setores Afetados e Informalidade
- A saída das mulheres do mercado de trabalho está relacionada à sua alocação ocupacional, com maior presença em setores como serviços, turismo e comércio, que foram mais afetados pela crise.
- As mulheres negras são maioria no trabalho doméstico, categoria que está entre as mais afetadas pela pandemia.
- A COVID-19 tirou quase 2 milhões de trabalhadoras domésticas de seus empregos em 2020.
- As mulheres negras são minoria em setores considerados essenciais, como indústria, transportes e construção.
- Elas têm maior participação no setor informal, que não possui mecanismos de proteção social e foi gravemente afetado pela crise.
Conclusão
A crise da COVID-19 aprofundou as desigualdades de raça e gênero no mercado de trabalho brasileiro, afetando desproporcionalmente mulheres negras, especialmente aquelas em famílias chefiadas por mulheres, empreendedoras e trabalhadoras em setores vulneráveis. O acúmulo de tarefas domésticas e de cuidado, a informalidade e a falta de proteção social contribuíram para essa situação. Conhecer os direitos trabalhistas é fundamental para lutar por seu respeito, especialmente em tempos de crise.
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